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Japão de dentro pra fora - parte 4: Gente

  • Foto do escritor: Lucas Ohara
    Lucas Ohara
  • 19 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

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Meses antes de embarcar pro Japão,

eu já sentia uma energia diferente no ar. Mais do que ansiedade, parecia que essa viagem (tão sonhada por mim há anos) carregava também uma certa expectativa dos outros para com a minha experiência por lá. Quase que uma torcida, curiosa pela experiência e ansiosa pelo êxito

de modo geral. E esse é o tipo de coisa que não tem explicação, mas que se sente com tudo o que cabe no peito. A vibração de cada um em cada novo post mexeu demais comigo. Amigos que sorriem

com o seu sorriso, sabe? Cheguei até

a ouvir uma frase deliciosa de uma amiga mais do que especial:

“Tá sendo tão satisfatório pra mim

te acompanhar aí, que eu investiria dinheiro pra bancar a viagem se você tivesse feito uma vaquinha”. Essa frase tocou muito fundo. A cabeça começou a dar voltas

e pensar no futuro. Mas muito mais do que isso, percebi também como ser autêntico

e querer viver as coisas de verdade faz toda a diferença. 


Se isso foi verdade para quem estava do outro lado do mundo acompanhando, o que dizer das trocas que tivemos com quem sentia essa energia emanando de pertinho. Foram várias os encontros que ficarão guardados na minha memória com muito carinho. Chegar no Japão de peito aberto, estudado sobre a cultura, interessado em mergulhar e respeitar tudo e todos, se provou a melhor das escolhas. Aliás, quando se chega com esse tipo de respeito e peito aberto, o resultado dificilmente será outro. Foram trocas em restaurantes, táxis, lojas… e até as mais profundas com nossos guias, onde muita coisa clicou e fez sentido. Uma camada de humanidade que aprofundou ainda mais as percepções e experiências que vivemos no Japão. 




Mesmo com quem não falava nada de inglês, sempre que eu arriscava algumas coisas em japonês, a sensação era que eles ficavam muito honrados e imensamente mais felizes. A prontidão para ser solícito se potencializava e a gente acaba vivendo experiências que, num mundo individualista como o nosso, é deprimentemente impensável. Um exemplo disso é chegar em um restaurante, o funcionário lamentar e dizer que já estão fechando, mas sair com você na rua para caminhar a distância que fosse necessária até apresentar uma outra opção que ele indicava. Em outra troca super especial (e que relatei no texto anterior) com o chef de um dos melhores restaurantes da viagem, consegui explicar que sou de família japonesa e ouvi como resposta um comentário cheio de satisfação: “É muito bonito quando as gerações voltam para reencontrar suas raízes”. Uma frase simples mas deliciosa de ouvir, que ainda cria um vínculo diferente e especial. De fato, foi um reencontro profundo com meus antepassados (falo mais sobre isso no texto raízes).



Por fim, se falei de quem estava longe e dos desconhecidos que acabaram se conectando conosco, o que falar então de quem escolheu estar com a gente nessa? Viver aventuras sempre é delicioso, mas ter pessoas especiais somando na mistura acrescenta um outro patamar de sabor. Ter uma amiga que te ajuda a mergulhar na cultura local. Um casal que desvia rotas para se fazer presente em um dos momentos mais especiais da sua vida, fazer bagunça e se arrasar de comer. E ainda outra amiga que faz questão de se separar da turma dela para passar a tarde contigo no seu aniversário do outro lado do mundo!…Nada disso tem preço. Nem se encontra em qualquer esquina. Estar rodeado dessa energia do começo ao fim foi de uma potência que acho que demorarei ainda um tempo para compreender

e absorver por completo. Quando penso no quanto todo mundo vibrando e torcendo fez tudo ser mais especial, é impossível não se emocionar, ainda mais levando em consideração cada uma dos “pilares” que dividi aqui.


Essa parte da crônica foi exclusivamente pensada pra agradecer tudo e todos que me trouxeram até aqui, inclusive você que se aventurou comigo nesses quatro textos! Eu amo vocês e já tô ansioso pelo nosso próximo encontro!

 
 
 

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